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quinta-feira, 25 de agosto de 2016
O que a Igreja diz sobre a alma das pessoas que morrem?
A Igreja ensina que quando morremos somos julgados por Deus, podendo ir para o céu, o purgatório terminar a purificação, ou mesmo para o inferno, se rejeitarmos a Deus. Veja o que diz o Catecismo da Igreja:
1008 – A morte é consequência do pecado. Embora o homem tivesse uma natureza mortal, Deus o destinava a não morrer (Sab 2, 23). A morte foi, portanto, contrária aos desígnios de Deus criador e entrou no mundo como consequência do pecado. “A morte corporal, à qual o homem teria sido subtraído se não tivesse pecado”(GS, 18), é, assim, o “último inimigo” do homem a ser vencido (1Cor 15,26).
1009 – A morte é transformada por Cristo. Jesus, o Filho de Deus, sofreu Ele também a morte, própria da condição humana. Todavia, a pesar do seu pavor diante dela (Mc 14, 33-34), assumiu-a em um ato de submissão total e livre à vontade de seu Pai. A obediência de Jesus transformou a maldição da morte em bênção (Rom 5, 19-21).
1010 – O sentido da morte cristã – Graça a Cristo a morte cristã tem um sentido positivo. “Para mim, a vida é Cristo, e morrer é lucro” (Fl 1, 21). “Fiel é esta palavra: se com Ele morremos, com Ele viveremos” (2Tm 2, 11). A novidade essencial da morte cristã está nisto: pelo Batismo, o cristão já está sacramentalmente “morto com Cristo” para viver uma vida nova; e, se morrermos na graça de Cristo, a morte física consuma esse “morrer com Cristo” e completa, assim, nossa incorporação a ele em seu ato redentor.
1011 – Na morte, Deus chama o homem a si. É por isso que o cristão pode sentir, em relação à morte, um desejo semelhante ao de S. Paulo: “O meu desejo é partir e estar com Cristo” (Fl 1, 23) e pode transformar sua própria morte em um ato de obediência e de amor ao Pai, a exemplo de Cristo. (Lc 23, 46)
1013 – A morte é o fim da peregrinação terrestre do homem, do tempo de graça e de misericórdia que Deus lhe oferece para realizar sua vida terrestre segundo o projeto divino e para decidir seu destino último. Quando tiver terminado “o único curso de nossa vida terrestre” (LG, 48), não voltaremos mais a outras vidas terrestres. “Os homens devem morrer uma só vez” (Hb 9,27). Não existe reencarnação depois da morte.
1014 – A Igreja nos encoraja à preparação da hora da nossa morte (“Livra-nos Senhor, de uma morte súbita e imprevista”: antiga ladainha de todos os santos), a pedir à Mãe de Deus que interceda por nós “na hora da nossa morte” (Ave-Maria) e a entregar-se a São José, padroeiro da boa morte.
Mortos
1055 – Em virtude da “comunhão dos santos”, a Igreja recomenda os defuntos à misericórdia de Deus e oferece em favor deles sufrágios, particularmente o santo sacrifício eucarístico.
Juízo Final
1059 – A santíssima Igreja romana crê e confessa firmemente que no dia do Juízo todos os homens comparecerão com o seu próprio corpo diante do tribunal de Cristo para dar contas de seus próprios atos” (DS 859,1549)
1038 – A ressurreição de todos os mortos, “dos justos e dos injustos” (At 24, 15), antecederá o Juízo Final. Este será “a hora em que todos os que repousam nos sepulcros ouvirão sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para uma ressurreição de vida; os que tiverem praticado o mal , para uma ressurreição de julgamento” (Jo 5, 28-29). Então Cristo “virá em sua glória, e todos os seus anjos com Ele. (…) E serão reunidas em sua presença todas as nações, e Ele há de separar os homens uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos…
1039 – É diante de Cristo – que é a Verdade – que será definitivamente desvendada a verdade sobre a relação de cada homem com Deus (Jo 12, 48). O Juízo Final há de revelar, até as últimas conseqüências o que um tiver feito de bem ou deixado de fazer durante a sua vida terrestre.
1040 – O Juízo Final acontecerá por ocasião da volta gloriosa de Cristo. Só o Pai conhece a hora e o dia desse Juízo, só Ele decide de seu advento. Por meio de seu Filho, Jesus Cristo, Ele pronunciará então sua palavra definitiva sobre a história. Conheceremos então o sentido último de toda a obra da criação e de toda a economia da salvação, e compreenderemos os caminhos admiráveis pelos quais sua providência terá conduzido tudo para seu fim último. O Juízo Final revelará que a justiça de Deus triunfa de todas as injustiças cometidas por suas criaturas e que seu amor é mais forte que a morte (Ct 8,6).
1041 – A mensagem do Juízo Final é apelo à conversão enquanto Deus ainda dá aos homens “o tempo favorável, o tempo da salvação” (2Cor 6,2). O Juízo Final inspira o santo temor de Deus. Compromete com a justiça do Reino de Deus. Anuncia a “bem-aventurada esperança” (Tt 2,13) da volta do Senhor, que “virá para ser glorificado na pessoa dos seus santos e para ser admirado na pessoa de todos aqueles que creram (2Ts 1,10).
681 – No dia do juízo, por ocasião do fim do mundo, Cristo virá na glória para realizar o triunfo definitivo do bem sobre o mal, os quais, como o trigo e o joio, terão crescido juntos ao longo da história.
682 – Ao vir no fim dos tempos para julgar os vivos e os mortos, Cristo glorioso revelará a disposição secreta dos corações e retribuirá a cada um conforme as suas obras e segundo tiver acolhido ou rejeitado a sua graça.
Juízo Particular
1051 – Cada homem, em sua alma imortal, recebe sua retribuição eterna a partir de sua morte, em um Juízo Particular feito por Cristo, juiz dos vivos e dos mortos.
1021- A morte põe fim à vida do homem como tempo aberto ao acolhimento ou à recusa da graça divina manifestada em Cristo (2Tm 1,9-10). O Novo Testamento fala do juízo principalmente na perspectiva do encontro final com Cristo na segunda vinda deste, mas repetidas vezes afirma também a retribuição, imediatamente depois da morte, de cada função das suas obras e da sua fé. A parábola do pobre Lázaro (Lc 16,22) e a palavra de Cristo na cruz ao bom ladrão (Lc 23,43), assim como outros textos do Novo Testamento (2Cor 5,8; Fl 1,26; Hb 9,27; 12,23) falam de um destino último da alma, que pode ser diferente para uns e outros.
1022 – Cada homem recebe em sua alma imortal a retribuição eterna a partir do momento da morte, num Juízo Particular que coloca sua vida em relação à vida de Cristo, seja através de uma purificação (Conc. de Lião II, DS 856; Conc. de Florença, DS 1384; Conc. de Trento, DS 1820), seja para entrar de imediato na felicidade do céu (Con. de Lião II, DS 857; João XXII, DS 991; Bento XII, Benedictus Deus; Conc. de Florença, DS 1305), seja para condenar-se de imediato para sempre (Conc. de Lião II, DS 858; Bento XII, Benedictus Deus; Conc. de Florença, DS 1306).
http://cleofas.com.br/o-que-a-igreja-diz-sobre-a-alma-das-pessoas-que-morrem/
Possessão diabólica é possível?
Alguém fez a pergunta:“Afinal, há ou não há a possessão diabólica? Quando alguns pregadores dizem ter expulsado demônios, expulsaram mesmo? Se não, o que aconteceu?”
Em primeiro lugar, convém definir a possessão diabólica: é um estado no qual o demônio se apodera das faculdades da pessoa e age por meio delas, independentemente da vontade de tal indivíduo; exprime-se principalmente em blasfêmias e revolta contra Deus. a possessão diabólica é distinta do estado de pecado grave, pois não supõe necessariamente culpa da parte do possesso.
A existência da possessão diabólica é atestada pelos Evangelhos; Jesus praticou exorcismo (cf. Mt 12, 27). Ora, não se pode crer que o Senhor tenha fingido expulsar demônios quando não os havia. Ele veio precisamente para dar testemunho da verdade (cf. Jo 19,37). Em consequência, é de crer que Jesus encontrou casos reais de possessão durante o seu ministério publico.
Após Jesus Cristo, no decorrer da história da Igreja, muitas vezes os cristãos julgaram estar diante de possessão diabólica. Diagnosticavam-na mediante sintomas que pareciam inexplicáveis aos olhos da ciência e da razão; assim, o falar línguas estranhas, o contorcer-se no chão, o adivinhar pensamentos alheios pareciam indicar possessão. Em nossos dias, porém, a Igreja recomenda cautela diante de tais fenômenos, pois os mesmo já são explicáveis pela psicologia e pela parapsicologia. Daí, a reserva das autoridades eclesiásticas, que julgam ser possível a ocorrência da possessão diabólica – que se caracteriza principalmente pelo ódio a Deus e a blasfêmia -, mas afirmam que a mesma deve ser bem diferenciada de manifestações imprevistas do psiquismo humano.
Exorcismo: prática controlada pela Igreja
O ritual da Igreja conhece dois tipos de exorcismo:
1) O menor consiste em orações, que podem ser proferidas por qualquer cristão, mas não devem ser utilizadas sem critérios. Em nossos dias, existe uma tendência exagerada a crer que o demônio é o autor de todas as desgraças físicas e morais, de modo que, para debelar qualquer infortúnio, diz-se a oração do exorcismo menos ou simples. A essa prática está subjacente um erro, que pode ter graves consequências: a precipitação para admitir intervenções diabólicas suscita um clima de apavoramento nos fieis, apavoramento este que pode provocar doenças nervosas. Na verdade, o ser humano é suficientemente malvado para explicar a existência de pecados e outros males do mundo. O demônio tenta o pecador, sem dúvida, mas não se deve supor com facilidade que ele seja o inspirador de todas as tentações. De resto, Santo Agostinho diz, com razão, que o demônio é um cão acorrentado; pode ladrar e fazer muito barulho, mas só morde aqueles que dele se aproximam.
2) O exorcismo maior é muito complexo. Supõe um sacerdote nominalmente designado pelo bispo; o exorcista se prepara mediante jejum e profere numerosas orações, às vezes por dias sucessivos. Isso só ocorre nos casos de possessão diabólica judiciosamente diagnosticada. Trata-se, portanto, de algo muito raro.
Na base dessas premissas, pode-se dizer que, nas assembleias protestantes, os pastores presumem muito fácil e precipitadamente haver possessão diabólica; em certas igrejas, todos os infortúnios são atribuídos ao demônio, de modo que os exorcismos repetem-se com frequência: às vezes, o paciente é espancado como se espancasse o demônio, o que redunda em ferimentos sérios para o “possesso”.
Na verdade, essas “vítimas” não são possessos; são pessoas que sofrem como os demais mortais sofrem. Não é, portanto, o caso de se lhes aplicar o exorcismo; este provoca um ambiente de histeria coletiva, com gritos, exclamações, aplausos teatrais… O que se deve fazer em tais casos é pedir ao Senhor que alivie as pessoas sofredoras e as livres de seus males, sem, porém recorrer ao exorcismo. A oração é a grande arma do cristão; é preciso crer mais na oração e procurar menos os recursos teatrais.
Se alguém se diz beneficiado ou curado em virtude do exorcismo aplicado pelo pastor, pode-se afirmar que tal bem-estar resulta da sugestão incutida pelo exorcismo. O exorcismo como tal não tem efeito sobre o demônio que no caso não está atuando, mas leva a vítima a crer que está prestes a ser curada. Ora esta sugestão desbloqueia o íntimo do paciente e o induz a sentir-se bem e normal. Trata-se, pois, de efeito da sugestão, que ocorre nos casos de doenças funcionais ou de doenças de fundo nervoso (asma, eczema, úlcera estomacal, etc).
Rituais emotivos e teatrais: “apelação”
A Igreja Católica não aceita rituais de exorcismo com as características emotivas e teatrais. A mensagem da Igreja não é fantasiosa nem recorre à apelação, que fala aos sentimentos e às emoções mais do que à inteligência e ao raciocínio. A fé cristã faça ao fundo do ser humano e tende a provocar nele uma adesão que não é festiva, mas séria e total.
Em apêndice, segue-se uma Instrução da Congregação para a Doutrina da Fé dirigida aos bispos a respeito do exorcismo. Foi assinada em 24/9/1985 pelo então cardeal Joseph Ratzinger, prefeito da referida Congregação (órgão da Santa Sé encarregado de questões atinentes à fé e à moral):
“Excelentíssimo Senhor:
Há alguns anos, certos grupos eclesiais multiplicam reuniões para orar no intuito de obter a libertação do influxo dos demônios, embora não se trate de exorcismo propriamente dito. Tais reuniões são efetuadas sob a direção de leigos, mesmo quando está presente um sacerdote.
Visto que a Congregação para a Doutrina da Fé foi interrogada a respeito do que pensar diante de tais fatos, este Dicastério julga necessário transmitir a todos os Ordinários a seguinte resposta:
1. O cânon 1172 do Código de Direito Canônico declara que a ninguém é licito proferir exorcismo sobre pessoas possessas, a não ser que o Ordinário do lugar tenha concedido peculiar e explícita licença para tanto (1º). Determina também que esta licença só pode ser concedida pelo Ordinário do lugar a um presbítero dotado de piedade, sabedoria, prudência e integridade de vida (2º). Por conseguinte, os Srs. Bispos são convidados a urgir a observância de tais preceitos.
2. Dessas prescrições, segue-se que não é licito aos fiéis cristãos utilizar a fórmula de exorcismo contra Satanás e os anjos apóstatas, contida no Rito que foi publicado por ordem do Sumo Pontífice Leão XIII; muito menos lhes é lícito aplicar o texto inteiro deste exorcismo. Os Srs. Bispos tratem de admoestar os fiéis a propósito, desde que haja necessidade.
3. Por fim, pelas mesmas razões, os Srs. Bispos são solicitados a que vigiem para que – mesmo nos casos que pareçam revelar algum influxo do diabo, com exclusão da autentica possessão diabólica – pessoas não devidamente autorizadas não orientem reuniões nas quais se façam orações para obter a expulsão do demônio, orações que diretamente interpelem os demônios ou manifestem o anseio de conhecer a identidade dos mesmos”.
A formulação dessas normas de modo nenhum deve dissuadir os fiéis de rezar para que, como Jesus nos ensinou, sejam livres do mal (cf. Mt 6,13). Além disso, os Pastores poderão valer-se desta oportunidade para lembrar o que a Tradição da Igreja ensina a respeito da função própria dos Sacramentos e a propósito da intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria, dos anjos e dos Santos na luta espiritual dos cristãos contra os espíritos malignos.
É em observância dessas normas que hão de proceder os grupos de oração católicos.
D.Estêvão Tavares Bettencourt, O.S.B
http://cleofas.com.br/possessao-diabolica-e-possivel/
Por que Deus permite uma possessão demoníaca? Exorcista
espanhol responde
O famoso exorcista José Antonio Fortea aborda em seu novo livro, “As trevas no exorcismo”, a possibilidade de que mesmo uma possessão demoníaca venha a ser “instrumentum sanctificationis” (“instrumento de santificação”) para a pessoa e para a Igreja.
O Pe. Fortea assinalou que, apesar de que coloquem “todos os meios humanamente possíveis para a resolução de um caso”, mesmo assim “um exorcismo indefinido não dá nenhum sinal de aproximar-se do seu final, então devemos saber que Deus pode permitir que uma pessoa leve sobre si este sofrimento como expiação por seus próprios pecados e para benefício do resto da Igreja”.
“A única resposta ao por que Deus permite tal coisa é a própria purificação e a santificação”, escreveu.
O sacerdote espanhol destacou: “Se Deus permite a cruz de uma doença crônica do corpo (como, por exemplo, a diabetes ou a necessidade da hemodiálise a cada dois dias), que razão encontraremos para que não pudesse permitir este outro tipo de carga sobre a pessoa, a cruz da ação extraordinária do demônio?”.
“Certamente, os episódios nos quais os demônios atacam fisicamente os servos de Deus, podemos ver na vida de vários Santos, desde a antiquíssima vida de Santo Antonio Abade até a recente e bem documentada vida do Padre Pio de Pietrelcina”, assinalou.
O Pe. Fortea recordou também que “na vida da Santa Catarina de Sena, a ação maligna dos demônios sobre uma cidade é impedida pela oração e penitência da Santa, mas em consequência Deus permite que os demônios atormentassem o corpo de Santa Catarina”.
Assim como existem casos de “ataques físicos demoníacos providos de um sentido intercessor pro bonu Ecclesiae (para o bem da Igreja)”, indicou, também aconteceram casos de “autêntica posse demoníaca” em alguns Santos.
O famoso exorcista citou em seu livro trechos de ‘História de uma alma’ de Santa Teresa de Lisieux, no qual a Santa recordou uma doença que “provinha, certamente, do demônio”, pois “dizia e fazia coisas que não pensava. Parecia estar em um permanente delírio, dizendo palavras que não tinham sentido e, entretanto, estou segura de que não perdi nem por um instante o uso da razão”.
Em seguida, o sacerdote espanhol assinalou: “Este tipo de caso leva a conclusão de que o mistério da possessão excede em sua complexidade, aos esquemas simplistas que a consideram completamente explicada, como consequência de um pecado produzido pelo esoterismo”.
“O sentido teológico da possessão é muito maior e suas ramificações mais misteriosas”, advertiu.
O Pe. Fortea sublinhou: “Do mesmo modo que nem em todas as pessoas a possessão começa pelo pecado, nem a remoção dos pecados graves assegura que uma possessão acabe”, concluiu.
Para descarregar gratuitamente o livro ‘A treva no exorcismo’, em espanhol, assim como outros textos do Pe. José Antonio Fortea, clique aqui: https://www.aciprensa.com/fortea/