Posted by : Unknown sábado, 3 de setembro de 2016

Resultado de imagem para As duas vindas de CristoSÃO CIRILO DE JERUSALÉM – SÉC. IV
(Cat. 15, 1-3; Patrologia Grega 33, 870-874)

Neste
tempo de Advento, vale a pena meditar esta reflexão de S. Cirilo de
Jerusalém, do que no século IV pregava as suas Catequeses na Basílica do
Santo Sepulcro, que ainda hoje visitamos.

“Anunciamos
a vinda de Cristo: não apenas a primeira mas também a segunda, muito
mais gloriosa. Pois a primeira revestiu um aspecto de sofrimento, mas a
Segunda manifestará a coroa da realeza divina.

Aliás
tudo o que concerne a nosso Senhor Jesus Cristo tem quase sempre uma
dupla dimensão. Houve um duplo nascimento: primeiro, ele nasceu de Deus,
antes dos séculos; depois nasceu da Virgem, na plenitude dos tempos.
Dupla descida: uma discreta como a chuva sobre a relva; outra, no
esplendor, que se realizará no futuro.

Na
primeira vinda, ele foi envolto em faixas e reclinado num presépio; na
segunda, será revestido num manto de luz. Na primeira, ele suportou a
cruz, sem recusar a sua ignomínia; na segunda, virá cheio de glória,
cercado de uma multidão de anjos.

Não
nos detemos, portanto, somente na primeira vinda mas esperamos ainda,
ansiosamente, a segunda. E assim como dissemos na primeira: Bendito o
que vem em nome do Senhor (Mt 19,9), aclamaremos de novo, no momento de
sua segunda vinda, quando formos com os anjos ao seu encontro para
adorá-lo; Bendito o que vem em nome do Senhor.

Virá
o Salvador, não para ser novamente julgado, mas para chamar o juízo
aqueles que se constituíram seus juízes. Ele, que ao ser julgado,
guardara silêncio, lembrará as atrocidades dos malfeitores que o levaram
ao suplício da cruz, e lhes dirá: Eis o que fizestes e calei-me (Sl
49,21).

Naquele
tempo ele veio para realizar um desígnio de amor, ensinando aos homens
com persuasão a doçura; mas no fim dos tempos, queiram ou não, todos se
verão obrigados a submeter-se à sua realeza.

O profeta Malaquias fala dessas duas vindas: Logo chegará ao seu templo o Senhor que tentais encontrar (M1 3,1). Eis uma vinda.

E
prossegue, a respeito da outra: E o anjo da aliança, que desejais.
Ei-lo que vem, diz o Senhor dos exércitos; e quem poderá fazer-lhe
frente, no dia de sua chegada? E quem poderá resistir-lhe, quando ele
aparecer? Ele é como o fogo da forja e como a barrela dos lavadeiros; e
estará a postos, como para fazer derreter e purificar (M1 3,1-3).  

Paulo
também se refere a essas duas vindas quando escreve a Tito: A graça de
Deus se manifestou trazendo salvação para todos os homens. Ela nos
ensina a abandonar a impiedade e as paixões mundanas e a viver neste
mundo com equilíbrio, justiça e piedade, aguardando a feliz esperança e a
manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo
(Tt 2,11-13). Vês como ele fala da primeira vinda, pela qual dá graças, e
da segunda que esperamos?

Por
isso, o símbolo da fé que professamos nos é agora transmitido,
convidando-nos a crer naquele que subiu aos céus, onde está sentado à
direita do Pai. E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos
e os mortos; e o seu reino não terá fim. Nosso Senhor Jesus Cristo virá
portanto dos céus, virá glorioso no fim do mundo, no último dia.
Dar-se-á a consumação do mundo, e este mundo que foi criado será
inteiramente renovado.”



http://cleofas.com.br/as-duas-vindas-de-cristo/

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