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sexta-feira, 2 de setembro de 2016
“Faze a tua parte, se queres que Deus faça a Sua”. Santo Agostinho
Com muita alegria e satisfação fui pregar no sábado, 19 de setembro, no 1º Congresso de Empreendedores Católicos, feliz iniciativa do Sr. Arcebispo de Maringá/PR, Dom Anuar Battisti, e de seu colaborador, Everton Barbosa.
O teatro Marista de Maringá estava totalmente lotado, cerca de mil pessoas, que durante todo o dia rezaram, adoraram o Santíssimo, e ouviram três pregações sobre a importância do empreendimento secular ou religioso que promova o ser humano em primeiro lugar, como ensina a Doutrina Social da Igreja (DSI).
Um empreendedor católico pode ser qualquer fiel que realiza o seu empreendimento com o espírito do Evangelho; priorizando a humildade, o amor para com os colaboradores, a presença em seu meio, a atenção com cada um, etc…
É empreendedor católico quem tem a sua pequena ou grande empresa e que valoriza antes de tudo o ser humano, imagem e semelhança de Deus, irmão de Jesus Cristo, filho amado do Pai. Pode ser um leigo que gerencia sua fábrica, buscando o lucro justo, com a finalidade de estabilizar a empresa, dar mais empregos e melhorar a vida dos seus funcionários. Pode ser um padre que promove bem as pastorais e obras de sua paróquia. Pode ser um leigo que promove a evangelização por meio de Encontros, Catequese, obras sociais, etc… Enfim, é empreendedor católico quem faz a luz de Cristo e do Evangelho iluminar as realidade temporais, como diz a Doutrina Social da Igreja.
A Doutrina Social da Igreja, desde de Leão XIII (1800) até o Papa Francisco, oferece ao mundo um caminho divino para a solução dos problemas sociais. E é nesta Doutrina que o empreendedor católico tem de se basear. Ela ensina, por exemplo, que a pessoa não é “mercadoria”; o primado do trabalho sobre o capital, o lucro justo; nunca a “luta de classes”, não a estatização total, liberdade para empreender, e o diálogo cristão entre patrões e empregados. É na verdade como uma verdadeira “revolução humana”, é “anunciar a verdade de Cristo na sociedade”.
O Catecismo da Igreja ensina que: “Sem as luzes do Evangelho a respeito de Deus e do homem, as sociedades facilmente se tornam totalitárias” (n.2257), como se dá nos países de política marxista.
É interessante notar que muitos dos atuais autores de livros de marketing e liderança, que vendem milhares e milhões de livros, têm apontado as virtudes cristãs como o melhor meio de gerenciar os negócios e as empresas. Vejamos alguns exemplos:
O conhecido escritor James Hunter, autor do best seller “O monge e o executivo”, e “Como se tornar um líder servidor”, que venderam milhões de livros, ensina a necessidade do “amor na relação chefes e subordinados”. Ora, isso nada mais é que a principal mensagem de Cristo e do Evangelho. James diz: “Se você opta por liderar, deve servir”. Exatamente o que Jesus disse: “Eu não vim para ser servido, mas para servir”. E mandou que o cristão ocupasse o último lugar.
James Hunter cita Napoleão Bonaparte: “Alexandre Magno, o imperador romano Cesar, Carlos Magno e eu, fundamos impérios na força. Jesus fundou seu império baseado no amor e até hoje milhões de pessoas morreriam por ele”.
Hunter também recomenda aos empreendedores e líderes que cultivem a habilidade de ser paciente, gentil, humilde, grandiloquente, respeitoso, altruísta, honesto, saber perdoar, ser compromissado… Parece até um pregador do Evangelho, e não um marqueteiro.
Charles C. Mariz, outro marqueteiro que vende milhares de livros, escreveu: “Jesus, o maior executivo que já existiu” (Negócio Editora). Mark W. Baker, escreveu “Jesus, o maior psicólogo que existiu” (Ed. Sextante), e vendeu milhares de livros no mundo todo. Laurie Beth Jones escreveu: “Jesus, o maior líder que existiu” (Sextante). Ela recomenda:
“Os executivos de hoje têm de se apoiar no exemplo de Jesus que tinha uma equipe de 12 pessoas imperfeitas e conseguiu coordena-las em torno de uma meta.”
“Eles viraram o mundo do avesso. A questão que levanto é como esta pessoa andou pela Terra e fez de seus colegas gente tão motivada? Executivos estão fazendo isso com seus subordinados”.
“Proponho que todos treinem a equipe de modo a fazer o que Jesus fez. A produtividade vai aumentar, bem como a lealdade e a satisfação no trabalho”.
Augusto Cury, médico psiquiatra, escreveu cinco livros recomendando os exemplos e ensinamentos de Cristo: “O mestre dos mestres”, “O mestre da sensibilidade”, “O mestre da vida”, “O mestre do amor”, O mestre inesquecível”.
Neste ano de 2015, Jeffrey A. Krames, famoso formador de líderes nos EUA, judeu não católico, escreveu: “Lidere com humildade – 12 lições do Papa Francisco”, recomendando aos empreendedores que sigam as lições de humildade do papa Francisco, que foi considerado o “Maior líder do mundo” pela Revista Fortune, em 2014; e considerado “Personalidade do Ano” pela Revista Time (2013). Jeffrey recomenda que assim como o Papa Francisco está mudando a Igreja (pastoralmente), os empreendedores mudem suas empresas.
Para esses experts em marketing Jesus é o maior líder, o maior psicólogo, o maior executivo, o maior líder que já existiu… Se esqueceram de dizer que Ele é o maior em Tudo.
Ora, que conclusão chegamos? Parece até que Jesus Cristo é hoje o maior professor de MBA, e os Evangelhos a melhor cartilha de marketing. Os grandes vendedores de livros, profissionais respeitados que se dedicam a formar líderes e empresários bem sucedidos, se espelham nos ensinamento de Cristo. Que maravilha! É mais uma prova de que Jesus é mesmo o Salvador dos homens. Eles têm recomendado algo do tipo:
Humildade não é fraqueza, não exclui a coragem, inteligência e poder, é a força da liderança. Conheça seus pontos fracos. Ouça outras opiniões. Lidere pelo exemplo. Aprenda e aceite ser criticado. Não seja excessivamente seguro de si. Não abuse de seu poder como líder. Seja como São Gregório Magno que se intitulou “Servo servorum Dei!” (Servo dos servos de Deus) ou como Bento XVI que se apresentou como o “Humilde servo da vinha do Senhor”.
Esses marqueteiros famosos estão dizendo: Reconheça e analise continuamente os seus erros, sem medo. Não tome decisões importantes com pressa. Descentralize as tomadas de decisões. Não faça julgamentos precipitados. Comunique-se com todos. Promova eventos sociais com todos. Tome um café com cada um dos colaboradores. Respeite a dignidade do outro.
Ainda recomendam: fortaleça o diálogo – acredite, o outro tem algo a te dizer. Converse em pé de igualdade. Trate cada um com atenção. Cuide das feridas dos colaboradores. Derrube as paredes, construa pontes. Tenha uma sala simples no meio da empresa. Não só de ordens, mas sirva a equipe. Aja com informalidade. Exale o cheiro do rebanho (Papa Francisco). Gerencie andando pela empresa. Decida sem condenar as pessoas. Valorize a experiência sua e dos outros. Tenha seu Conselho de administração. Escolha pessoas certas para te ajudar e confie. Trabalhe com quem “veste a camisa”. Capacite seus colaboradores. Deixe os bajuladores de fora. Mantenha a equipe motivada. “Um homem motivado vai a Lua, sem motivação não atravessa a rua.”
Essas foram algumas das coisas que meditamos nessa oportunidade em Maringá e que servem para nos ajudar a repensar em como estamos cuidando de nosso empreendimento como católicos para a construção do Reino de Deus aqui na Terra. O que temos feito para construir o Reino de Deus entre os homens, em nossas famílias, em nossa comunidade? Será que as pessoas com as quais trabalhamos conseguem enxergar o Cristo em nós? Como temos apresentado o Cristo a elas?
Deus quis contar com a ajuda dos homens para construir seu Reino, e Ele não vai fazer a parte que cabe a nós realizar. Por exemplo, é Deus quem tem o poder de fazer uma semente germinar e crescer uma linda planta. No entanto, ele não vai fazer a parte do homem, que é de cavar um buraco, plantar e cuidar da planta que está crescendo. É preciso compreender verdadeiramente qual o sentido cristão do trabalho.
Prof. Felipe Aquino
http://cleofas.com.br/e-preciso-trabalhar-pelo-reino-de-deus/