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quarta-feira, 21 de setembro de 2016
Em síntese: Várias “profecias” modernas preveem a instauração de um reino de paz e bonança sobre a Terra, estando Satanás acorrentado. Restaura-se assim a doutrina do milenarismo ou quiliasmo, que teve certa voga nos primeiros séculos do Cristianismo, mas foi rejeitado pela Teologia a partir de S. Agostinho (+ 430). Este Santo doutor entende os mil anos de paz em sentido espiritual; significam a história mesma da Igreja na medida em que já desfruta, pela graça, o penhor da bem-aventurança definitiva.
Não cessam de aparecer as previsões de abalo da história em virtude de iminente vinda de Cristo sobre a Terra, a fim de instaurar um reino de paz e bonança, estando Satanás acorrentado: não haverá mais pecado, como dizem, e a morte será uma transição suave para vida melhor. Não se prediz propriamente o fim do mundo, mas o fim de uma era e o começo de mil anos de felicidade terrestre.
A seguir, proporemos o teor das “profecias” assim concebidas, tais como circulam em folhas volantes entre fiéis católicos, e lhes teceremos alguns comentários.
1. As previsões
A mensagem é assim sintetizada em páginas enviadas aos fiéis:
“Não há que esperar nenhuma nova revelação pública ANTES da gloriosa manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo.” (DV 2- Catecismo da Igreja Católica nº 66).
Todavia depois (…):
“DEPOIS do Glorioso Retorno de Jesus, anunciado insistentemente por Nossa Senhora – especialmente ao Pe. Gobbi – pode haver Nova Revelação Pública. Pode haver um 3º Testamento. Essa Nova Revelação pode ser estudada ou ratificada no que alguns denominam de Concílio Vaticano III, mas que seria melhor significada por CONCÍLIO DE JERUSALÉM (2º?), pois, com a conversão dos Judeus, é possível que lá fique a Sede da Igreja”.
A síntese assim proposta é explicitada pelos dizeres de alguns videntes tanto do Brasil como do estrangeiro. Eis os principais desses oráculos:
Vidente John Leary:
Vidente John Leary:
“…quando vier o Meu Reino Glorioso vocês se rejubilarão por ver o Meu Dia, então Me verão TODO PODEROSO e Satã em cadeias. Vossas vidas, a partir daí, será O CÉU NA TERRA. Rezem agora para estarem preparados para a provação. A recompensa que receberão valerá qualquer sacrifício que por Minha causa fizerem, por pior que seja.” (John Leary I, 21)
“Será um tempo semelhante ao vivido antes do pecado de Adão, em uma terra renovada. O processo de envelhecimento cessará aos trinta – os idosos rejuvenescerão – as crianças atingirão a plenitude aos trinta anos. Os animais e as pessoas viverão em harmonia porque todos crescerão em perfeição naquele tempo. Em qualquer momento que Me chamarem EU responderei e estarei presente. TERÃO PLENO CONHECIMENTO DO UNIVERSO. Viverão até uma idade avançada e muitos até o fim da Era de Paz. Sentirão Meu Amor e Paz, SERÁ O CÉU NA TERRA. Naquele tempo o mundo será como sonhei que fosse, sem o mal. Quando virem a glória da Minha Criação, procurarão agradar-Me em todos os momentos da vida.”
“O tempo continuará, mas não haverá mais guerras porque cada um amará seu próximo como amam a MIM. Somente os meus fiéis ressuscitarão em corpos glorificados. Terão tempo para adorar-Me e servir-Me todos os dias. O vosso agradecimento será contínuo por terem sido admitidos nesta Era. Esta é uma mensagem de esperança que lhes dou. Os que forem purificados gozarão como prêmio o Esplendor do Meu Reinado.” (John Leary, I, 28)
“Quando EU vier novamente, uma grande mudança ocorrerá em toda a terra. Satã será derrotado e renovarei a terra, tornando-a igual à que era antes da queda de Adão. Alegrem-se porque MEU dia chegará logo para dissipar as trevas e destruir os maus. Então vossa felicidade será sem limites, e Me darão graças e louvores por Minha Vitória. Tenham esperança, Minhas crianças, e, com Minha ajuda, permaneçam firmes na provação contra os homens maus e os demônios.”
“Meu amor se derramará sobre todos os animais, de modo que homens e animais viverão em harmonia. Assim como cuidei dos animais no tempo de Noé; assim também agora os salvarei. A beleza se estenderá sobre tudo, homens e natureza. Protegerei ambos do fogo da Tribulação.” (JL I, 33)
“Satã será jogado no inferno com todos os seus demônios, e reno¬varei a Terra. Reinará grande paz e amor por mais de mil anos. O mal não terá mais poder algum e Eu reinarei triunfante.” (John Leary II, 1)
2) Fala o vidente de Jacareí (SP):
“Em breve, quando Eu (Maria) vencer o inimigo, expulsarei para sempre o pecado da face da Terra! Virão novos céus e terras!” (Jacareí, 25/9/93)
“No Triunfo do Meu Imaculado Coração, OS PECADOS SERÃO EXTINGUIDOS, junto com o seu autor, e chegará, finalmente, a Era da Graça, esmagando a Nova Era de Lúcifer que agora quer destruir nossa Santa Igreja.” (Jacareí, 27/1/94)
“Haverá um 2º Grande Pentecostes que há de renovar Céus e Terras. O PECADO SERÁ BANIDO UMA VEZ POR TODAS DA FACE DA TERRA e virá o Reino de Cristo com sua Glória” (Jacareí, 4/6/94)
“No dia do Triunfo do Meu Imaculado Coração TUDO SERÁ LI¬BERTADO DO MAL E DO PECADO”. (Jacareí, 1/1/95)
“Nunca mais ouvirão falar de prostituição, nunca mais ouvirão falar de roubos nem de mortes. Porque tudo e todos amarão a Deus, pois o Espírito Santo descerá em um segundo Pentecostes mundial…” (Jacareí, 7/9/95)
3) Fala o Manual do Movimento Sacerdotal Mariano
“Então (na Nova Era de Maria) toda a Criação, LIBERTADA DA ESCRAVIDÃO DO PECADO E DA MORTE (?!!!). Conhecerá o esplendor de um Segundo Paraíso TERRESTRE.” (Movimento Sacerdotal Mariano, p. 699)
“A vossa libertação coincidirá com o FIM DA INIQUIDADE, com a COMPLETA libertação de toda a Criação da escravidão do PECADO e do mal.” (MSM p. 790)
“O Filho instaura (NA NOVA ERA) o seu Reino de Graça e de Santidade, libertando TODA A CRIAÇÃO da escravidão do mal E DO PECADO.” (MSM p. 742)
“O Filho instaura (NA NOVA ERA) o seu Reino de Graça e de Santidade, libertando TODA A CRIAÇÃO da escravidão do mal E DO PECADO.” (MSM p. 742)
“De modo que (o Universo Criado) seja COMPLETAMENTE libertado do todo espírito do mal, DE TODA SOMBRA DE PECADO, e assim possa abrir-se ao encanto de um novo Paraíso TERRESTRE,” (MSM p. 801)
“A cidade Santa deve, enfim, recolher a humanidade remida e salva depois que… tiver sido COMPLETAMENTE libertada da escravidão de Satanás, DO PECADO e do mal.” (p. 805)
“A cidade Santa deve, enfim, recolher a humanidade remida e salva depois que… tiver sido COMPLETAMENTE libertada da escravidão de Satanás, DO PECADO e do mal.” (p. 805)
4) John Leary novamente:
“Os que morreram ressuscitarão com corpos gloriosos e jamais morrerão (Ap. 20,4), e os que sobreviverem à Tribulação terão uma vida longa sobre a Terra da Nova Jerusalém. O fim desta Era virá com a Minha Purificação. No Fim da Era de Paz virá o Julgamento (Juízo Final).” (II 45)
“Depois que as pragas da Revelação passarem. EU acorrentarei satã, os demônios e todos os ímpios no Inferno. Então a Terra será renovada e EU trarei de volta Meus fiéis e começará a Era da Minha Paz. Alegrem-se, porque os que viverem gozarão do paraíso na terra como no tempo de Adão” (idem, John Leary II, 55).
“Aqueles que permanecerem fiéis a MIM durante a Tribulação viverão Comigo na Era da Paz. Todos os presentes ficarão admirados com a imponência e beleza da Criação na terra renovada. Tudo será providenciado para vocês e ficarão maravilhados com o Novo Jardim do Paraíso. Vocês ME louvarão e glorificarão todos os dias, como os anjos. Vocês Me agradecerão continuamente por viver no Mundo da Paz, sem a presença do mal.”
“Com a proximidade da Minha Era de Paz, todos alcançarão a perfeição necessária para serem admitidos no Paraíso. EU vos prepararei para o Céu enquanto se aperfeiçoam na Era da Paz. Meus santos ensinarão a vocês tudo o que devem aprender para alcançar a perfeição no paraíso. Estes professores serão os que foram martirizados por causa do Meu Nome e que EU ressuscitarei (Ap. 20, 4). Regozijem-se, pois serão graduados no paraíso terrestre para alcançar o paraíso celeste. Para os Meus fiéis será uma recompensa além de toda expectativa.” (John Leary, 4/5/98)
“Meu povo, alegrem-se com antecedência pela Minha Era de Paz, quando meus fiéis nela viverem. A temperatura será perfeita todo o tempo. Vocês gozarão a beleza da Criação com um completo conhecimento de como funciona a vida. Viverão vidas longas porque estarão no Meu Jardim do Éden com todos os elementos vitais. Tenham esperança e confiança no tempo da provação, e a alegria do mundo perfeito será vossa para usufruir. Esta é outra cena da Era da Paz, vocês experimentarão Templos de Luz e lugares de Adoração para adorar-ME a qualquer hora do dia ou da noite. Não haverá mais qualquer medo de guerra. O medo dos animais desaparecerá e poderão acariciá-los sem perigo de mordidas ou picadas (vide ls 11,6-9). A harmonia deste mundo será além do que podem imaginar ao verem como tudo pode ser sem a presença do mal” (John Leary, 11/6/98).
5) Videntes de Pedralva (MG):
“Em 1999 Satanás será lançado no abismo mais profundo do Inferno. Vocês, queridos filhos, não verão mais sangue, angústia, maldade. Vocês não vão precisar mais de dinheiro. Virá o Espírito Santo. Vocês, queridos filhos, verão tanta beleza na natureza!” (23/1/95, Aparições a Lázaro e Maria do Carmo em Pedralva, MG)
6) Vidente de Camboriú (SC):
“Eu (Jesus), meu filho, só irei dar proteção, com os Meus Anjos, para os que Me obedecerem, cumprindo as Minhas leis. Esses, nada irá atingir. A Minha cidade santa descerá do céu como uma noiva que se preparou para o seu noivo, toda ornamentada, com esplendor saindo de Mim. Ali será o lugar para todos os Meus servidores. Será o ponto de partida para toda a terra, dando atenção aos filhos que forem dignos do Meu amor. Ninguém precisará mais de passaporte para ir a outro lugar, porque tudo será uma terra livre. Os próprios animais não ferirão ninguém. Os frutos serão dados em abundância. Crescerão na terra sem precisar mais de adubos ou inseticidas. Em muitos lugares correrão leite e mel em abundância. Filho nenhum passará fome. A morte sumirá da face da terra com o seu autor. Que é o diabo.” (Revelações a Bento Conceição em Camboriú – Santa Catarina: 18/5/06)
“Quero ser o Vosso Amigo aqui e depois. A semente que EU plantei tem que ser colhida. Ela ME pertence. Só falta vocês ME ajudarem, porque, depois, todos serão bem recompensados. Um Rei, que tudo criou, não deixará nenhum filho de mãos vazias, na hora de receber o seu galardão. A alegria será geral para todos que ME seguem. Nunca houve festa maior do que esta, que está tão próxima. Os convidados sentarão à mesa todos iluminados com suas vestes todas brancas feitas pelo seu Criador. A fisionomia de cada um será como a de um jovem de 20 anos. Cada filho ou filha que estiver dentro deste banquete, nada mais se lembrará do passado, porque Eu sou a Vida e o Caminho. Lamentações, dor ou morte, isto não vai mais existir. O Pão da Vida que Sou Eu faz que Meus filhos sejam eternos, como Eu Sou, tornando todos uma família só.” (o mesmo, em 12/6/96)
Pergunta-se: que dizer dessas diversas “profecias”, tão belas e tão minuciosas?
2. Refletindo…
2.1. O texto de Ap 20, 1-10
Verifica-se que os oráculos em foco pretendem basear-se em Ap 20, 1-10, texto que foi, durante os primeiros séculos, fundamento de teorias ditas “do milenarismo ou do quiliasmo” e que ainda hoje inspiram algumas denominações de origem bíblica. – Eis o que diz o autor sagrado:
20,1 “Vi descer do céu um anjo, que trazia na mão a chave do abismo e uma grande corrente. 2 Capturou o dragão, a serpente antiga, que é o Diabo e Satanás, e acorrentou-o por mil anos, 3 e atirou-o no abismo; ele o fechou à chave e o selou, a fim de que não seduzisse mais as nações até que se tivessem passado os mil anos. Depois disto, deverá ser solto por um pouco de tempo.
4 A seguir, vi tronos sobre os quais se assentaram aqueles a quem foi dado o poder de julgar: eram as almas dos que foram decapitados por causa do testemunho de Jesus e por causa da Palavra de Deus, e os que não adoraram o Animal nem a sua imagem, nem receberam o seu sinal sobre a fronte e a mão. Voltaram à vida e reinaram com Cristo durante mil anos.
5 Os outros mortos não voltaram à vida antes que os mil anos se tivessem passado. É esta a primeira ressurreição.
6 Feliz e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição! Sobre estes a Segunda morte não tem poder; serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com Ele durante os mil anos.
7 Quando os mil anos se tiverem passado, Satanás será solto da sua prisão. Sairá para seduzir as nações que se acham nas quatro extremidades da terra, Gog e Magog, a fim de as reunir para o combate; seu número é como o da areia do mar. 8 Subiram ao interior do país e investiram contra o acampamento dos santos e a cidade bem-amada; 9 todavia, do céu caiu fogo, que as devorou. E o Diabo, que as seduzia, foi atirado ao lago de fogo e enxofre, onde estavam a Besta e o falso profeta; 10 lá serão atormentados dia e noite pelos séculos dos séculos”.
5 Os outros mortos não voltaram à vida antes que os mil anos se tivessem passado. É esta a primeira ressurreição.
6 Feliz e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição! Sobre estes a Segunda morte não tem poder; serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com Ele durante os mil anos.
7 Quando os mil anos se tiverem passado, Satanás será solto da sua prisão. Sairá para seduzir as nações que se acham nas quatro extremidades da terra, Gog e Magog, a fim de as reunir para o combate; seu número é como o da areia do mar. 8 Subiram ao interior do país e investiram contra o acampamento dos santos e a cidade bem-amada; 9 todavia, do céu caiu fogo, que as devorou. E o Diabo, que as seduzia, foi atirado ao lago de fogo e enxofre, onde estavam a Besta e o falso profeta; 10 lá serão atormentados dia e noite pelos séculos dos séculos”.
http://cleofas.com.br/iminente-volta-de-cristo-eb-parte-1/
Iminente volta de Cristo? EB (Parte 2)
2.2. Ap 20, 1-10: Interpretações
questionáveis
questionáveis
No início da era cristã, o texto de S. João
foi por vezes interpretado à luz de concepções judaicas. Ora, os profetas no
Antigo Testamento propuseram a vinda do Messias como início de uma era de
grande prosperidade para Israel; cf. ls 9,1-6; 11,1-9; 54,2s; 60,1-22; Ez
40,1-48; Dn 7,1-28; 12,1-13. Os escritores judaicos subseqüentes, autores de
livros apócrifos, deram colorido muito vivo a tais vaticínios; descreveram o
reinado de Messias como período de abundância e felicidade material neste
mundo; os homens viveriam um número de anos maior do que a cifra de seus dias
de outrora: “Não haverá mais ancião, ninguém que não seja saciado de dias;
serão todos crianças e jovens” (cf. ls 65,20). Enquanto alguns judeus
identificavam esse bem-estar terrestre com a bem-aventurança definitiva do
homem, outros assinalavam-lhe um termo após o qual se dariam o juízo final e a consumação de todas
as coisas. A duração do reino messiânico assim concebido era, não raro,
calculada em função dos sete dias em que se julgava ter sido criado o mundo: a
história anterior ao Messias se estenderia por 6.000 anos; p sétimo milênio
seria o período do reino messiânico, em que os justos neste mundo gozariam de
repouso e bem-estar, paralelos ao repouso de Deus após a obra de criação.
Terminados os sete milênios, dar-se-ia finalmente a entrada de cada criatura no
seu estado definitivo. Eis o sistema escatológico que, na base de Ap 20,
construíram os milenaristas cristãos antigos:
foi por vezes interpretado à luz de concepções judaicas. Ora, os profetas no
Antigo Testamento propuseram a vinda do Messias como início de uma era de
grande prosperidade para Israel; cf. ls 9,1-6; 11,1-9; 54,2s; 60,1-22; Ez
40,1-48; Dn 7,1-28; 12,1-13. Os escritores judaicos subseqüentes, autores de
livros apócrifos, deram colorido muito vivo a tais vaticínios; descreveram o
reinado de Messias como período de abundância e felicidade material neste
mundo; os homens viveriam um número de anos maior do que a cifra de seus dias
de outrora: “Não haverá mais ancião, ninguém que não seja saciado de dias;
serão todos crianças e jovens” (cf. ls 65,20). Enquanto alguns judeus
identificavam esse bem-estar terrestre com a bem-aventurança definitiva do
homem, outros assinalavam-lhe um termo após o qual se dariam o juízo final e a consumação de todas
as coisas. A duração do reino messiânico assim concebido era, não raro,
calculada em função dos sete dias em que se julgava ter sido criado o mundo: a
história anterior ao Messias se estenderia por 6.000 anos; p sétimo milênio
seria o período do reino messiânico, em que os justos neste mundo gozariam de
repouso e bem-estar, paralelos ao repouso de Deus após a obra de criação.
Terminados os sete milênios, dar-se-ia finalmente a entrada de cada criatura no
seu estado definitivo. Eis o sistema escatológico que, na base de Ap 20,
construíram os milenaristas cristãos antigos:
segunda
vinda de Cristo (em glória e majestade);
vinda de Cristo (em glória e majestade);
primeira
ressurreição (para os justos apenas);
ressurreição (para os justos apenas);
juízo
universal;
universal;
reino
messiânico de mil anos, ou milenário;
messiânico de mil anos, ou milenário;
ressurreição
Segunda ou geral (para os demais homens);
Segunda ou geral (para os demais homens);
juízo
final;
7) prêmio ou sanção definitiva.
final;
7) prêmio ou sanção definitiva.
A primeira ressurreição será concedida
unicamente aos justos. Ressuscitados, estes se assentarão com Cristo como
assessores no juízo que logo a seguir se efetuará. Este é dito universal porque
serão julgados os povos como coletividades, não os indivíduos de per si. Após
tal solene julgamento, inaugurar-se-á uma fase de mil anos ou mais; Satanás
estando impedido de exercer sua ação nociva, os justos ressuscitados reinarão
com Cristo na cidade de Jerusalém, renovada e gloriosa, gozando de toda
bonança; em torno deles, no restante do mundo, viverão os homens ainda não
ressuscitados, usufruindo de melhores condições de vida de que nos tempos
anteriores à Segunda vinda de Cristo. Terminando tal período, Satanás moverá a
derradeira perseguição contra o reino de Cristo, e será definitivamente
prostrado. Dar-se-á então a ressurreição Segunda, a dos homens que não tiverem
tomado parte na primeira, e proceder-se-á ao juízo final, juízo de cada
indivíduo em particular, juízo em
que Cristo não terá assessores, mas examinará tanto os
pecadores como os justos. Este julgamento final é também dito juízo dos mortos,
enquanto o anterior (o universal) é chamado, outrossim, o juízo dos vivos.1 Eis
os traços característicos do Quiliasmo;2 nem todos os pontos do sistema são
devidamente esclarecidos pelos seus fautores; não indicam, por exemplo, que
tipo de relações terão entre si os homens ressuscitados e os não ressuscitados;
como poderá o exército diabólico fazer a guerra ao reino de Cristo glorioso,
etc.
unicamente aos justos. Ressuscitados, estes se assentarão com Cristo como
assessores no juízo que logo a seguir se efetuará. Este é dito universal porque
serão julgados os povos como coletividades, não os indivíduos de per si. Após
tal solene julgamento, inaugurar-se-á uma fase de mil anos ou mais; Satanás
estando impedido de exercer sua ação nociva, os justos ressuscitados reinarão
com Cristo na cidade de Jerusalém, renovada e gloriosa, gozando de toda
bonança; em torno deles, no restante do mundo, viverão os homens ainda não
ressuscitados, usufruindo de melhores condições de vida de que nos tempos
anteriores à Segunda vinda de Cristo. Terminando tal período, Satanás moverá a
derradeira perseguição contra o reino de Cristo, e será definitivamente
prostrado. Dar-se-á então a ressurreição Segunda, a dos homens que não tiverem
tomado parte na primeira, e proceder-se-á ao juízo final, juízo de cada
indivíduo em particular, juízo em
que Cristo não terá assessores, mas examinará tanto os
pecadores como os justos. Este julgamento final é também dito juízo dos mortos,
enquanto o anterior (o universal) é chamado, outrossim, o juízo dos vivos.1 Eis
os traços característicos do Quiliasmo;2 nem todos os pontos do sistema são
devidamente esclarecidos pelos seus fautores; não indicam, por exemplo, que
tipo de relações terão entre si os homens ressuscitados e os não ressuscitados;
como poderá o exército diabólico fazer a guerra ao reino de Cristo glorioso,
etc.
O Sistema apresenta-se sob duas
modalidades:
modalidades:
o
Milenarismo grosseiro, que faz consistir a bem-aventurança do reino terrestre
de Cristo nos prazeres da carne: uso e abuso do matrimônio, da comida e da
bebida… Esta forma foi propalada por gnósticos heréticos no séc. II d.C. e
mereceu a condenação unânime dos Padres e Doutores da Igreja. Depois de ter
caído em esquecimento a partir do séc. III, a teoria foi ressuscitada por
inovadores religiosos do séc. XVI;
Milenarismo grosseiro, que faz consistir a bem-aventurança do reino terrestre
de Cristo nos prazeres da carne: uso e abuso do matrimônio, da comida e da
bebida… Esta forma foi propalada por gnósticos heréticos no séc. II d.C. e
mereceu a condenação unânime dos Padres e Doutores da Igreja. Depois de ter
caído em esquecimento a partir do séc. III, a teoria foi ressuscitada por
inovadores religiosos do séc. XVI;
o
Milenarismo espiritual ou mitigado, que concebe a felicidade em termos mais
dignos; afirma que os justos, após a ressurreição primeira, já não se casarão
nem serão sujeitos à fome ou à dor, segundo o que diz Jesus em Lc 20,35.
Milenarismo espiritual ou mitigado, que concebe a felicidade em termos mais
dignos; afirma que os justos, após a ressurreição primeira, já não se casarão
nem serão sujeitos à fome ou à dor, segundo o que diz Jesus em Lc 20,35.
Nos primeiros séculos, o Milenarismo
espiritual era doutrina professada por vários Padres e escritores da Igreja.1
Sto. Agostinho, depois de lhe Ter aderido em seus primeiros escritos, propôs
novo modo de entender Ap 20, excluindo o reino milenário2. A autoridade do
Santo Doutor fez com que o sistema caísse em descrédito na sã tradição;
defenderam-no, porém, na Idade Média, escritores “iluminados”, fanáticos, e
ainda o professavam recentemente alguns estudiosos católicos. Estes
reivindicavam para a sua doutrina o nome de Milenismo. A fim de serem
devidamente diferenciados do Milenarismo crasso, errôneo.
espiritual era doutrina professada por vários Padres e escritores da Igreja.1
Sto. Agostinho, depois de lhe Ter aderido em seus primeiros escritos, propôs
novo modo de entender Ap 20, excluindo o reino milenário2. A autoridade do
Santo Doutor fez com que o sistema caísse em descrédito na sã tradição;
defenderam-no, porém, na Idade Média, escritores “iluminados”, fanáticos, e
ainda o professavam recentemente alguns estudiosos católicos. Estes
reivindicavam para a sua doutrina o nome de Milenismo. A fim de serem
devidamente diferenciados do Milenarismo crasso, errôneo.
2.3. Ap 20, 1-10: O Magistério da Igreja
O
Magistério da Igreja, embora não tenha formalmente condenado o Milenismo. é-lhe
francamente desfavorável. Com efeito, recentemente ainda foi apresentada ao
Santo Ofício a seguinte questão:
Magistério da Igreja, embora não tenha formalmente condenado o Milenismo. é-lhe
francamente desfavorável. Com efeito, recentemente ainda foi apresentada ao
Santo Ofício a seguinte questão:
“Que pensar do sistema dito ‘Milenarismo
mitigado’, o qual ensina que o Cristo Senhor, antes do juízo final, há de vir
`a Terra para reinar visivelmente, quer se admita, quer não, a ressurreição
prévia de muitos justos?”
mitigado’, o qual ensina que o Cristo Senhor, antes do juízo final, há de vir
`a Terra para reinar visivelmente, quer se admita, quer não, a ressurreição
prévia de muitos justos?”
Ao que a Santa Sé respondeu em 1944:
O sistema dito “Milenarismo mitigado”
não pode ser ensinado sem perigo para a fé. – Systema millennarismi mitigati
tuto doceri no potest.”1
não pode ser ensinado sem perigo para a fé. – Systema millennarismi mitigati
tuto doceri no potest.”1
Com efeito, não se vê como conciliar o
Milenarismo com a doutrina geral da Sagrada Escritura e dos símbolos de fé, que
associam a Segunda vinda de Cristo com o juízo final e a inauguração de estados
definitivos, sem que fique margem para um reino de Cristo intermediário entre o
juízo universal e o final, entre o juízo dos vivos e dos mortos.2
Milenarismo com a doutrina geral da Sagrada Escritura e dos símbolos de fé, que
associam a Segunda vinda de Cristo com o juízo final e a inauguração de estados
definitivos, sem que fique margem para um reino de Cristo intermediário entre o
juízo universal e o final, entre o juízo dos vivos e dos mortos.2
2.4. Ap 20, 1-10: A Interpretação mais comum
Após S. Agostinho (+ 430), a
interpretação mais comum dada a Ap 20 é a seguinte:
interpretação mais comum dada a Ap 20 é a seguinte:
“25 Em verdade, em verdade vos digo: vem
a hora – e é agora – em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que
a ouvirem, viverão…
a hora – e é agora – em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que
a ouvirem, viverão…
28 Não vos admireis por isto: vem a hora em que todos os que repousam
nos sepulcros, ouvirão a voz29 e sairão; os que tiverem feito o bem, para uma
ressurreição de vida; os que tiverem cometido o mal, para uma ressurreição de
julgamento”.
nos sepulcros, ouvirão a voz29 e sairão; os que tiverem feito o bem, para uma
ressurreição de vida; os que tiverem cometido o mal, para uma ressurreição de
julgamento”.
Como se vê, S. João fala aí de suas
ressurreições, como também em Ap 20.
ressurreições, como também em Ap 20.
A primeira ressurreição dá-se agora (v.
25), ao passo que a outra não ocorre agora (v. 28).
25), ao passo que a outra não ocorre agora (v. 28).
Como entender essas duas ressurreições?
– A primeira é sacramental; é a passagem
da morte espiritual para a vida espiritual cristã mediante o Batismo; esta se
dá agora, isto é, no decorrer da história da Igreja. A outra será a
ressurreição corporal, que ocorrerá no fim dos tempos, consumando a
ressurreição sacramental.
da morte espiritual para a vida espiritual cristã mediante o Batismo; esta se
dá agora, isto é, no decorrer da história da Igreja. A outra será a
ressurreição corporal, que ocorrerá no fim dos tempos, consumando a
ressurreição sacramental.
Ora a primeira ressurreição, de que fala
Ap 20,5, vem a ser a primeira ressurreição de Jo 5,25; é a batismal. A Segunda
ressurreição (implicitamente mencionada em Ap 20,13) identifica-se com a
ressurreição corporal a que se refere Jo 5,28. – Entre a ressurreição batismal,
que ocorre em cada batizado, e a ressurreição corporal, o Apóstolo coloca um
reino de Cristo milenar sobre a terra, estando Satanás acorrentado. Esse
milênio significa o tempo da Igreja (que vai para 2000 anos!) na medida em que é
um tempo penetrado pela vitória de Cristo sobre o pecado (mil tem um simbolismo
de bonança); Satanás é, conforme S. Agostinho, um cão acorrentado, que pode
ladrar, mas não pode morder senão a quem se lhe chega perto.
Ap 20,5, vem a ser a primeira ressurreição de Jo 5,25; é a batismal. A Segunda
ressurreição (implicitamente mencionada em Ap 20,13) identifica-se com a
ressurreição corporal a que se refere Jo 5,28. – Entre a ressurreição batismal,
que ocorre em cada batizado, e a ressurreição corporal, o Apóstolo coloca um
reino de Cristo milenar sobre a terra, estando Satanás acorrentado. Esse
milênio significa o tempo da Igreja (que vai para 2000 anos!) na medida em que é
um tempo penetrado pela vitória de Cristo sobre o pecado (mil tem um simbolismo
de bonança); Satanás é, conforme S. Agostinho, um cão acorrentado, que pode
ladrar, mas não pode morder senão a quem se lhe chega perto.
No fim dos mil anos de Ap 20,7, ou seja,
no fim da história da Igreja, dar-se-á o assalto final de Satanás contra os
membros da Igreja, a fim de arrebatá-los para o mal. Mas o Senhor Jesus virá na
sua glória e os mortos ressuscitarão (ressurreição Segunda) para o juízo
universal. A Segunda morte, de que fala Ap. 20,6, é a morte espiritual ou a
ruína definitiva do inferno.
no fim da história da Igreja, dar-se-á o assalto final de Satanás contra os
membros da Igreja, a fim de arrebatá-los para o mal. Mas o Senhor Jesus virá na
sua glória e os mortos ressuscitarão (ressurreição Segunda) para o juízo
universal. A Segunda morte, de que fala Ap. 20,6, é a morte espiritual ou a
ruína definitiva do inferno.
Eis esquematicamente o paralelismo:
Jo
5,25: Jo 5,28
5,25: Jo 5,28
ressurreição
1ª ressurreição 2ª
1ª ressurreição 2ª
1000 anos
de reinado de Cristo sobre a terra
de reinado de Cristo sobre a terra
(o penhor
da vida eterna nos foi dado; Ef 1, 14)
da vida eterna nos foi dado; Ef 1, 14)
Ap. 20,5:
Ap. 20,13:
Ap. 20,13:
ressurreição
1ª ressurreição 2ª
1ª ressurreição 2ª
Tal paralelismo e a interpretação que
dele fazem os teólogos, não surpreendem a quem conhece o estilo simbolista de
São João. – Verdade é que o recurso a simbolismo pode ser, muitas vezes, arbitrário
e preconcebido. No caso presente, porém, tem respaldo no linguajar mesmo do
Apocalipse e do Evangelho segundo São João.
dele fazem os teólogos, não surpreendem a quem conhece o estilo simbolista de
São João. – Verdade é que o recurso a simbolismo pode ser, muitas vezes, arbitrário
e preconcebido. No caso presente, porém, tem respaldo no linguajar mesmo do
Apocalipse e do Evangelho segundo São João.
Por conseguinte, carecem de fundamento
sólido as férvidas expectativas de próxima vinda de Cristo à terra para
instaurar um reino milenar de paz e bonança.
sólido as férvidas expectativas de próxima vinda de Cristo à terra para
instaurar um reino milenar de paz e bonança.
1 É
distinguindo assim que os milenaristas interpretam a fórmula das Escrituras
(2 Tm 4,1; At 10,42; 1Pd 4,5) e do Símbolo de fé: Cristo há de vir julgar os vivos
e os mortos.
distinguindo assim que os milenaristas interpretam a fórmula das Escrituras
(2 Tm 4,1; At 10,42; 1Pd 4,5) e do Símbolo de fé: Cristo há de vir julgar os vivos
e os mortos.
2 Quiliasmo
vem do grego chílioi = mil.
vem do grego chílioi = mil.
1 Assim S.
Justino (+ cerca de 165), Sto. Irineu (+ cerca de 202), Tertuliano (+ após
220), Latâncio (+ após 317), S. Metódio de Olimpo (+ 311).
Justino (+ cerca de 165), Sto. Irineu (+ cerca de 202), Tertuliano (+ após
220), Latâncio (+ após 317), S. Metódio de Olimpo (+ 311).
Uma das expressões mais fortes da mentalidade
milenarista mitigada tem-se, por exemplo, na seguinte descrição que, do reino
terrestre de Cristo, dá Papias (+ cerca de 130):
milenarista mitigada tem-se, por exemplo, na seguinte descrição que, do reino
terrestre de Cristo, dá Papias (+ cerca de 130):
“Virão dias
em que as videiras crescerão, tendo cada qual dez mil cachos; em cada cacho,
haverá dez mil bagos; e cada bago espremido dará vinte e cinco medidas de
vinho. E, quando algum dos santos colher um cacho, outro clamará: Sou cacho de
melhor qualidade; toma a mim; por mim bendize ao Senhor. Da mesma forma, o grão
de trigo…” (Na obra de Sto. Irineu, Adversus haereses 5,33).
em que as videiras crescerão, tendo cada qual dez mil cachos; em cada cacho,
haverá dez mil bagos; e cada bago espremido dará vinte e cinco medidas de
vinho. E, quando algum dos santos colher um cacho, outro clamará: Sou cacho de
melhor qualidade; toma a mim; por mim bendize ao Senhor. Da mesma forma, o grão
de trigo…” (Na obra de Sto. Irineu, Adversus haereses 5,33).
2 Cf. De
civitate Dei 20,7-9.
civitate Dei 20,7-9.
1 Acta
Apostolicae Sedis 36 (1944) 212. Cf. G. Gilleman, Condamnation du millénarisme
mitigé, em “Nouvelle Revue Théologique” (1945) 239.
Apostolicae Sedis 36 (1944) 212. Cf. G. Gilleman, Condamnation du millénarisme
mitigé, em “Nouvelle Revue Théologique” (1945) 239.
2 Basta
lembrar as palavras de Jesus:
lembrar as palavras de Jesus:
“O Filho do homem há de vir na glória de Seu
Pai com os anjos, e retribuirá a cada um conforme as suas obras” (Mt 16,27).
Pai com os anjos, e retribuirá a cada um conforme as suas obras” (Mt 16,27).
S. Pedro
também é claro:
também é claro:
“Os céus
devem receber (o Messias, Jesus) até o momento da restauração de todas as
coisas, de que Deus falou pela boca de seus santos profetas” (At 3,21).
devem receber (o Messias, Jesus) até o momento da restauração de todas as
coisas, de que Deus falou pela boca de seus santos profetas” (At 3,21).
A volta do
Senhor e a consumação de todas as criaturas são imediatamente associadas entre
si nestes dois textos.
Senhor e a consumação de todas as criaturas são imediatamente associadas entre
si nestes dois textos.
http://cleofas.com.br/iminente-volta-de-cristo-eb-parte-2/