Posted by : Unknown
quinta-feira, 25 de agosto de 2016
Escrevi um livro com o título “Um Rosto Para Jesus Cristo”. Nele, abordo o fato de que os pregadores já deram tantos rostos a Jesus que fica difícil saber como ele de fato era. Podem parecer brincadeira ou firulas de teólogos os debates sobre detalhes de Jesus, mas foi e é coisa séria para quem crê em Deus. Não é apenas questão de um “i” a mais no meio de homo-ousious, ou de um tau ou um delta para classificar a maternidade de Maria a mãe do Cristo. Theodokos ou Theotokos. Na pregação estava embutida toda uma ideia sobre Jesus. Entre Clemente e Tertuaiano, Atanásio e Ário, Cirilo e Nestório, venceram Clemente, Atanásio e Cirilo. Hoje seguimos estes três e outros como Gregório de Nissa, Basílio de Cesaréia e Gregório de Nazianzo com os devidos adendos que a teologia foi aprofundando. Mas a maioria dos cristãos não tem noção do que significaram aqueles debates. O fato de um ponto de vista vencer não faz do que perdeu um bandido da fé. Havia sinceridade naquela busca de explicação do mistério de Deus em três pessoas, da quais uma se encarnou.
Por isso, triteismo, trinitarismo-unitário, adocionismo, apolinarismo, arianismo, nestorianismo, subordinacionismo, Jesus apenas humano, o Filho que foi criado pelo Pai, Deus Filho que veio depois, duas pessoas e duas naturezas, uma pessoa e duas naturezas, pessoas ou naturezas dissociadas na cruz… foram debates que sacudiram o império romano bizantino. Os bispos se dividiam entre um lado e outro e até o imperador discutia teologia. Aquelas divisões traziam problemas para a politica do império, como, mais tarde a política do império veio a ferir a unidade da Igreja.
O que hoje ouvimos na mídia, nos púlpitos e nas grandes concentrações não é novo. O “Jesus-me-disse” dos pregadores nem sempre é o Jesus dos cristãos. É o dele!
http://www.padrezezinhoscj.com/wallwp/artigos_padre_zezinho/cristologia/e-assim-que-eu-vejo-jesus